Os economistas austríacos e o ambiente da Viena tardia

Os economistas austríacos e o ambiente da Viena tardia

Texto introdutório (Hélio Sena): O texto do  professor Arthur Diamond Jr., instrutor de economia da Universidade de Nebraska, discute o impacto da influência regional de Viena nos intelectuais que habitavam a cidade. Ele dará atenção especial aos economistas vienenses, principalmente os que viveram no período final da dinastia dos Habsburgos. O artigo objeta a abordagem dos filósofos Stephen Toulmin e Allan Janik de que a Viena de Wittgenstein possuía uma estrutura intelectual em comum entre todos os pensadores de Viena, optando mais por examinar uma diversidade cultural, ideológica e metodológica entre os intelectuais da sociedade vienense.

Os economistas austríacos e o meio vienense tardio dos Habsburgos

por Arthur Diamond Jr.

Ludwig von Mises observou: “É costume traçar a influência que o meio exerce sobre as realizações do gênio” (1969, p. 9). Ele continua sugerindo que, qualquer que seja o mérito geral do costume, ele é incorreto quando aplicado aos grandes pensadores da Áustria. Ignorando o aviso de Mises, o eminente filósofo e historiador da ciência Stephen Toulmin, junto com seu co-autor Allan Janik, argumenta em seu Wittgenstein’s Vienna que os intelectuais vienenses tardios dos Habsburgos tinham origens filosóficas, conjuntos de problemas e perspectivas éticas surpreendentemente semelhantes. O livro é, em parte, uma tentativa de isolar a “estrutura filosófica geral que era a posse comum de músicos, escritores, advogados e pensadores de todos os tipos” e focar nos “temas e problemas comuns [...] de escritores, pensadores e artistas em todos os campos” (pp. 29 e 30). Neste artigo, argumentarei que havia maior diversidade nos problemas e origens filosóficas dos intelectuais vienenses do que a Viena de Wittgenstein sugere. Já que estamos lidando com uma alegação que se aplica a intelectuais em “todos os campos”, será proveitoso examinar um campo que, na Viena de Wittgenstein, é disposto em uma frase: economia. 

A frase afirma que: “A Teoria da Utilidade Marginal de Menger—tão característicamente vienense em sua ênfase nos fatores psicológicos e subjetivos que fundamentam o valor—ainda é um princípio central de muitas economias modernas” (p. 53). Que a economia foi mais significativa na vida intelectual de Viena do que o espaço dedicado a ela por Toulmin e Janik indicaria é atestado pelo historiador Arthur May: “Em nenhuma esfera de pensamento os austríacos foram mais notáveis que na economia” (1951, p. 318). 

Este artigo será dividido em três seções. Na primeira, procurarei aprender se encontramos nos economistas austríacos uma instância adicional do domínio do kantismo em Viena. A segunda seção tratará da teoria austríaca da utilidade marginal para descobrir se ela está, de fato, conectada mais à ética subjetivista (associada a Tolstói e Kierkegaard na Viena de Wittgenstein) ou a desenvolvimentos independentes na ciência da economia. Tentarei lidar, na terceira seção, com o que podemos aprender dos economistas austríacos sobre o meio geral vienense. Em particular, estarei preocupado com as questões de se a sociedade dos Habsburgos estava, de fato, estagnada e decadente e se não havia, de fato, nenhuma oportunidade de envolvimento no mundo como uma alternativa ao subjetivismo introvertido.



Influências neokantianas versus não-kantianas

Na Viena de Wittgenstein, a atmosfera intelectual da Viena pré-1919 é descrita como um “ambiente neokantiano” (p. 22). A influência kantiana foi afirmada por uns, ignorada por outros e contestada por alguns.¹ A mensagem central de Kant que Janik e Toulmin afirmam ter influenciado a cultura vienense é que a estrutura da mente limita o que podemos dizer e saber. Embora a principal alternativa à influência kantiana geralmente mencionada seja a influência aristotélica, contrastarei as deduções a priori da razão pura de um kantiano com o “empirismo” definido de forma muito ampla para incluir não apenas Aristóteles e o positivismo moderno, mas também a metodologia de tipos ideais de Weber. Para saber se a vida intelectual vienense era, na raiz, completamente kantiana, procurarei uma influência kantiana em cinco dos mais eminentes membros da escola austríaca de economia: Carl Menger (1840-1921), Friedrich von Wieser (1851-1926), Eugen von Bohm-Bawerk (1851- 1914), Ludwig von Mises (1881-1973) e Friedrich von Hayek (nascido em 1899). 

A distinção entre empirismo e metodologia kantiana para os economistas austríacos não era entre uma visão positivista e uma não positivista da aquisição de conhecimento econômico. Nenhum deles via a economia como uma ciência empírica no sentido positivista estrito, embora todos concedessem a utilidade de estudos empíricos (históricos). A distinção era, antes, entre ver, por um lado, as leis econômicas absolutas e eternas como tendo sua fonte em tipos ideais abstraídos de eventos no mundo e ver, por outro lado, essas leis como tendo sua fonte nas categorias transcendentais de nossas mentes.

Em seu artigo sobre Bohm-Bawerk, Emil Kauder diz que “Na Áustria desta época, o aristotelismo e a ontologia tomaram o lugar do ceticismo e do pragmatismo empírico ocidental”.² O aristotelismo ao qual ele se refere não é em nenhum lugar mais explicitamente evidente do que nas obras metodológicas de Carl Menger, o fundador da escola austríaca de economia. Sobre o desenvolvimento intelectual inicial de Menger, Hayek relata que, lamentavelmente, pouco se sabe.³ Mas não precisamos ser especialistas na formação de Menger para saber que ele foi positivamente influenciado por Aristóteles. Os Problemas de Economia e Sociologia de Menger (melhor traduzido como Investigações sobre o Método) fornecem evidências claras. Menger, por exemplo, diz que Aristóteles era superior a Platão porque Aristóteles “não era apenas um esplêndido pensador especulativo [...] mas também era um observador infatigável”.⁴

Hayek afirma a visão, contestada por outros, de que Menger escreveu as Investigações sobre o Método em resposta à total negligência dos economistas com relação ao seu Princípios de Economia Política (1952b, pp. 538-39). Se, de fato, as doutrinas das Investigações não são um resultado natural dos Princípios, mas apenas uma apologética post hoc, então pode-se argumentar que, no que ele realmente fez em economia (ao contrário do que ele disse mais tarde sobre o que fez), Menger deveu pouco a Aristóteles. Mas Hutchison observa que, nas notas de rodapé do Grundsätze [Princípios], Aristóteles é uma das autoridades mais frequentemente citadas (1973, p. 32). O contemporâneo de Menger, Oskar Kraus, afirmou em particular que a obra de Menger tinha muito em comum com os Tópicos de Aristóteles, conforme interpretado por Brentano.⁵ Portanto, a influência aristotélica parece estar presente em toda a carreira de Menger e não apenas em seu trabalho metodológico tardio.

A dívida de Menger com Aristóteles fornece evidências indiretas de que Menger era um não-kantiano. Além das evidências indiretas, Kauder encontrou evidências diretas na biblioteca de Menger na Universidade Hitotsubashi, no Japão. A biblioteca é valiosa para resolver questões de influência intelectual por causa do hábito de Menger de marcar e anotar pesadamente os livros que ele lia. O valor da coleção da biblioteca é um tanto limitado, no entanto, porque muitos dos acervos filosóficos de Menger foram retidos por seu filho. Apesar disso, Kauder encontra evidências, principalmente em notas para um texto de história da filosofia de Ueberweg, de que Menger “se opôs à ideia principal de Kant de que os conceitos lógicos (categorias a priori) são formas necessárias de nossa mente e não têm relação com a existência independente da realidade” (Kauder, 1959, p. 60).

Sobre Wieser, o segundo economista austríaco que considerarei, Hayek disse: “Nele, a civilização da Velha Áustria encontrou sua expressão mais perfeita” (1952b, p. 567). ⁶ Que a formação intelectual de Wieser foi propícia ao aristotelismo é indicado por Emil Kauder quando ele observa que “O Schottengymnasium vienense, o berçário intelectual de muitos austríacos famosos, incluindo Wieser, exigia, mesmo depois de 1918, que os alunos lessem a metafísica de Aristóteles no grego original”.⁷ Vamos examinar um parágrafo de Wieser sobre metodologia para ver se ele confirma ou não nossas expectativas de influência aristotélica:

O método da teoria econômica é empírico. Ele é apoiado pela observação e tem apenas um objetivo, que é descrever o real em sua totalidade, como as ciências puramente empíricas costumam fazer. Elas se esforçam para permanecer fieis à natureza em cada detalhe minucioso. Mas o economista é como um historiador que desdobra um curso histórico e individual de eventos ou um estatístico que resume uma série de casos. Ele se esforça para colocar diante de nós o fenômeno típico, o desenvolvimento típico, e eliminar tudo o que pode ser subordinado, acidental ou individual. (1929, p. 5)

Isso soa muito aristotélico, pois a busca do “fenômeno típico” parece idêntica à busca da essência do que é experimentado; ou seja, Wieser parece ter uma metodologia essencialista que difere pouco da de Menger.⁸ A descrição de Wieser de seu método como psicológico, nas páginas anteriores a esta passagem, pode levar alguém a suspeitar de uma influência kantiana.⁹ Mas Wieser observa que a designação de seu método como psicológico “pode levar a mal-entendidos” (p. 3). No final, ele parece não querer dizer nada mais com isso do que todos nós temos um estoque comum de experiência econômica sobre o qual podemos extrair o fundamento de nossa teorização econômica. Se comparações metodológicas forem feitas com base nesta passagem de Wieser, então talvez a mais frutífera seja a similaridade da metodologia de Wieser em economia com a de Weber em sociologia.¹⁰

Do triunvirato fundador da economia austríaca, Böhm-Bawerk era provavelmente o menos preocupado com problemas de método.¹¹ Apesar disso, Emil Kauder considera-se justificado em declarar que Böhm-Bawerk e Menger “eram aristotélicos” (1958, p. 414). Ele aparentemente faz esse juízo em grande parte com base em um estudo de Oskar Kraus, que compara textualmente a teoria da imputação de Aristóteles com Menger e Böhm-Bawerk.¹² Hayek nos conta que Böhm-Bawerk era “o professor da universidade que teve a maior influência sobre Ludwig von Mises” (1973, p. 1245). Visto que, como vimos, Böhm-Bawerk era o menos preocupado dos economistas austríacos com a metodologia, isso pode ajudar a explicar por que teria sido mais fácil para Mises seguir uma direção metodológica não aristotélica do que se ele tivesse estudado principalmente com Wieser ou Menger. Mises rejeitou a metodologia aristotélica dos demais economistas austríacos para adotar uma posição kantiana, como seus comentários metodológicos em “Ação Humana”, bem como suas observações em “Epistemological Problems of Economics” e “The Ultimate Foundation of Economic Science” deixam claro.¹³

O último economista austríaco a ser considerado é Friedrich von Hayek. Quando tive a oportunidade de pedir-lhe os seus comentários sobre a obra Wittgenstein's Vienna, ele mencionou que não deu atenção suficiente à importância de Aristóteles na cena intelectual. Ele observou, por exemplo, que a influência de Aristóteles (em oposição a Kant) era maior nas universidades austríacas do que nas alemães.¹⁴ Ele não disse, entretanto, que ele próprio era um aristotélico. Embora em suas primeiras obras haja pouca referência direta a metodologia,¹⁵ suas obras metodológicos posteriores evidenciam uma tendência crescente em direção à epistemologia do positivismo popperiano.¹⁶ Popper, que estudou com Mises em Viena, desde cedo ficou impressionado com Kant, e afirma que “o que ainda me separa da maioria dos filósofos contemporâneos” é o seu essencialismo (uma doutrina aristotélica).¹⁷ Os próprios estudos de Hayek sob Mises e seus laços intelectuais com Popper podem ajudar a explicar sua afirmação: “Sobre a questão da teoria do conhecimento, sou provavelmente um kantiano mais do que qualquer outra coisa” (1975b, p. 8). Dos cinco economistas austríacos cuja formação epistemológica nós consideramos, três podem ser classificados como não-kantianos e dois como neo-kantianos. 

Utilidade Marginal 

Nesta seção, considerarei a doutrina que é geralmente considerada a principal reivindicação da escola austríaca à fama: a teoria da utilidade marginal (alternativamente chamada de teoria da valoração subjetiva).¹⁸ Três questões sobre esta teoria serão levantadas: (1) Até que ponto a influência não-kantiana ou neo-kantiana pode ser vista? (2) A doutrina do valor subjetivo na economia tem alguma relação com a subjetividade na ética? (3) Até que ponto a doutrina do valor subjetivo surgiu do meio tardio dos Habsburgos? Começarei a discussão da doutrina da utilidade marginal abordando a questão geral considerada na primeira seção deste artigo, a saber, se a doutrina é rastreável a influências neo-kantianas ou não-kantianas (em grande parte aristotélicas)? Como Carl Menger é o criador da teoria da utilidade marginal, as influências sobre ele nos preocupam mais.¹⁹ Além de evidências circunstanciais, como a comparação de Böhm-Bawerk da doutrina da utilidade marginal com a revolução copernicana, parece haver dois tipos diferentes de argumentos que poderiam ser apresentados para uma influência kantiana.²⁰ O primeiro argumentaria (1) que o meio de Menger era kantiano e (2) que Menger foi significativamente influenciado por seu meio. Vimos na primeira seção deste artigo que há motivos para duvidar da primeira afirmação. Mas, mais importante, vimos que, se a primeira afirmação for concedida, então há motivos ainda mais fortes para negar a segunda (ou seja, se o meio de Menger fosse kantiano, então seu aristotelismo explícito e franco indicaria uma independência de seu meio).

O segundo tipo de argumento para uma influência kantiana no desenvolvimento da utilidade marginal de Menger é semelhante ao primeiro, mas é mais específico no sentido de que tenta dar as fontes precisas para essa influência kantiana e é mais sofisticado, pois leva em conta o fato de que Menger era, na superfície, pelo menos, explicitamente um aristotélico. Spiegel apresenta o argumento nestes termos:


Havia, nos países de língua alemã, uma forte tradição da filosofia do idealismo de Kant, paralela e rivalizando com a de Hegel, um idealismo que interpretava os fenômenos do mundo externo como criações da mente humana. A atmosfera intelectual gerada pela filosofia de Kant promoveria o desenvolvimento de uma teoria subjetiva do valor, independentemente de o economista que enunciava tal teoria ser ou não um kantiano de pleno direito. O pensamento econômico do início do século XIX na Alemanha continha uma série de indícios apontando para uma teoria subjetiva do valor, e Menger, inconsciente como estava da análise completa de Gossen, que se originou de Bentham, foi influenciado por elas. (1971, p. 531)


Para que esse argumento funcione, duas afirmações teriam que ser estabelecidas: (1) que os primeiros economistas alemães que podem ter influenciado Menger, notavelmente Eberhard Friedländer (1799-1869), foram eles próprios influenciados pelo idealismo kantiano e (2) que esses primeiros economistas alemães (ou outros que foram influenciados por Kant) foram as únicas, ou pelo menos as predominantes, influências no desenvolvimento da teoria da utilidade marginal de Menger.²¹ Não posso comentar a primeira afirmação, mas a segunda é demonstravelmente falsa. Em seu apêndice sobre “A Mensuração do Valor”, Menger começa dizendo: “Já em Aristóteles encontramos uma tentativa de descobrir uma medida do valor de uso dos bens e de representar o valor de uso como a base do valor de troca” (1950, pp. 295-96). Neste mesmo apêndice (p. 296), ele também reconhece a obra de Turgot e Condillac. R.S. Howey descobriu que: “Entre os autores que escreveram sobre economia e que Menger lembrava ter lido no início da vida, há alguns — como J.B. Say, Lauderdale e Condillac — que outros escritores posteriormente caracterizaram como predecessores da Escola de Utilidade Marginal” (1960, p. 26). Há também indicações de que Menger foi influenciado por Cournot, mas isso ainda está aberto a debate.²² Outra influência primária é indicada por Kauder: 


Na biblioteca de Menger, encontrei um autor que Menger esqueceu de mencionar em suas notas de rodapé. Ele é Joseph Ritter von Kudler (1786-1853). Não Menger, mas Kudler iniciou a discussão sobre valor na Universidade de Viena, e o livro-texto de Kudler foi a cartilha de Menger sobre economia (1965, p. 84).


A influência de economistas anteriores no desenvolvimento da teoria da utilidade marginal pode indicar que a teoria foi desenvolvida tanto em resposta a problemas internos na teoria econômica em desenvolvimento quanto em resposta a problemas filosóficos (sejam derivados de uma perspectiva kantiana ou não kantiana).²³ A segunda questão com a qual lidarei nesta seção do artigo é se a doutrina do valor subjetivo na economia tem ou não alguma relação com a subjetividade na ética.²⁴ Em Wittgenstein's Vienna, Janik afirma que a “Teoria da Utilidade Marginal” é “caracteristicamente vienense em sua ênfase nos fatores psicológicos e subjetivos que fundamentam o valor” (p. 53). A implicação clara é que a teoria da utilidade marginal está relacionada ao subjetivismo ético discutido na Viena de Wittgenstein, como uma chave para entender o Tractatus. Isso poderia dar mais credibilidade à imagem do meio vienense pintada na Viena de Wittgenstein e, ao mesmo tempo, ajudar a posicionar os economistas austríacos como parte integrante do meio. Infelizmente, não há uma conexão muito clara entre a teoria subjetiva do valor na economia e o subjetivismo na ética.

Que Menger entendeu isso é confirmado por Kauder (1965, p. 82), que relata que, em notas manuscritas, Menger foi ainda mais enfático do que em suas obras publicadas ao afirmar a separação entre economia e ética. Stigler argumenta que Menger desejava separar a ética da ciência social quando observa que: “a palavra de Menger para utilidade —Bedeutung—era certamente intencionalmente neutra, mas [sic] provavelmente foi escolhida por seu sabor não ético” (1965a, p. 87). Voltando-se para o próprio Menger para confirmação final, o encontramos afirmando que “a teoria econômica não se preocupa com regras práticas para a atividade econômica, mas com as condições sob as quais os homens se envolvem em atividades providenciais direcionadas à satisfação de suas necessidades” (1950, p. 48). Isto pareceria confirmar o aspecto neutro em termos de valor da teoria de Menger ao expressar a afirmação de que a economia opera sob a condicional: “Se os homens agem como homens econômicos, então certas leis econômicas se seguem”.²⁵ Assim, não há necessidade de o economista afirmar que os homens sempre agirão como homens econômicos ou que sempre deveriam. 

É significativo que Menger não esteja sozinho entre os austríacos ao afirmar o caráter eticamente neutro da teoria da utilidade marginal. Por exemplo, Böhm-Bawerk, em suas observações introdutórias no capítulo intitulado “Natureza e Origem do Valor Subjetivo”, faz uso de um exemplo ilustrativo que não envolve subjetivismo ético (1973, pp. 10-11). No exemplo, “Um homem está sentado ao lado de uma fonte abundantemente fluindo de água potável” e o outro está “viajando pelo deserto” com “um último copo de água restante” (p. 10). O homem no deserto e o homem perto da fonte poderiam afirmar posições éticas objetivistas (naturalistas ou deontológicas) idênticas, sem que isso de forma alguma prejudicasse a eficácia do exemplo em ilustrar por que a valoração subjetiva de um copo de água seria diferente da do outro. Vamos supor, no entanto, para fins de argumentação, que os economistas austríacos não foram bem-sucedidos na construção de uma economia livre de valores. Na medida em que essa suposição é plausível, penso que, então, teria de ser argumentado que, se há implicações éticas, elas são de um tipo objetivista, não do tipo subjetivista que esperaríamos da imagem da Viena de Wittgenstein do meio austríaco. Por exemplo, na medida em que podemos reunir as visões éticas de Menger a partir de comentários nos Princípios, elas parecem apontar para uma ética objetivista e naturalista.²⁶ Na medida em que o “subjetivo” na teoria subjetiva do valor evoca uma abordagem idiográfica do homem, é enganoso, pois a abordagem austríaca é estabelecer leis universais aplicáveis a todos os homens. Assim, se alguém fosse procurar uma abordagem análoga em ética a esta em economia, teria de olhar para aquelas éticas que alegam derivar normas éticas necessárias e universais, ou seja, para a ética naturalista ou kantiana.

A terceira e última questão que considerarei com relação à teoria da utilidade marginal envolve a extensão, se houver, em que é significativo ou útil dizer que a doutrina do valor subjetivo surgiu do meio Habsburgo vienense tardio. Um fato, acima de tudo, precisa ser considerado aqui, a saber, que “a teoria do valor subjetivo não é a marca distintiva da escola vienense. Não apenas Menger, mas também Jevons e Walras descobriram a valoração subjetiva” (Kauder, 1958, p. 419). Assim, a implicação da declaração de Janik está errada quando ele diz que a teoria da utilidade marginal de Menger é “tão característicamente vienense em sua ênfase nos fatores psicológicos e subjetivos que fundamentam o valor” (p. 53). A descoberta independente e simultânea da utilidade marginal por homens de culturas muito diferentes indica que o estado da ciência econômica tornou o momento propício para isso, e não que qualquer meio cultural a tornou mais provável. Hayek endossa essa conclusão quando diz que “[O trabalho científico de Jevons, Menger e Walras] parece-me ter surgido inteiramente de sua consciência da inadequação do corpo predominante de teoria em explicar como a ordem de mercado de fato operava”.²⁷ Isso é aparentemente consistente com o que Menger disse a Wieser sobre o desenvolvimento da teoria da utilidade marginal:


Wieser fala que Menger lhe disse que havia sido atraído pelo desenvolvimento de suas ideias enquanto jornalista cobrindo as condições de mercado para o Wiener Zeitung. Nessa época, ele teria notado que os preços dos bens não pareciam ser determinados da maneira que seu estudo de economia o teria levado a acreditar. Como consequência, ele passou a acreditar que a utilidade, em vez do custo, controlava o preço de um bem. (Howey, pp. 24-25)


Este relato do desenvolvimento da teoria da utilidade marginal está, portanto, de acordo com a observação de Toulmin de que “os problemas da ciência nunca foram determinados apenas pela natureza do mundo, mas sempre surgiram do fato de que, no campo em questão, nossas ideias sobre o mundo estão em desacordo com a natureza ou umas com as outras” (1972, p. 150). A única dificuldade real para nosso relato surgiria se aceitássemos a afirmação de Schumpeter de que a economia, depois de Ricardo, se tornou um campo estagnado e estéril, permanecendo assim até a revolução marginalista (1952, pp. 570-71). Se esta afirmação for verdadeira, então seríamos levados a concluir que o tempo estava igualmente “maduro” para a teoria da utilidade marginal por um período de cinquenta anos.²⁸ Mas, neste caso, nosso relato não seria muito informativo; isto é, o que resta do significado de maturidade neste caso? Talvez tivéssemos de concluir que a economia deixou de ser uma ciência neste período de cinquenta anos ou que ela realmente ainda não havia se tornado tal. Essas dificuldades, no entanto, podem ser inexistentes se Hayek estiver correto em contestar a afirmação de Schumpeter sobre a esterilidade da economia pós-ricardiana (1973, p. 1). Assim, podemos pelo menos concluir provisoriamente que a invenção da utilidade marginal veio mais como resultado dos problemas internos, ideais explicativos e desenvolvimentativos da economia como disciplina do que como resultado de quaisquer influências do meio vienense tardio dos Habsburgos.²⁹

O meio austríaco

Como foi dito no início, nesta terceira e última seção, tentarei lidar com o que podemos aprender com os economistas austríacos sobre o meio geral vienense. Em particular, estarei preocupado com as questões de se a sociedade dos Habsburgos estava de fato estagnada e decadente e se não havia, de fato, nenhuma oportunidade de envolvimento no mundo como uma alternativa ao subjetivismo introvertido. Esta seção será mais breve e mais especulativa do que as duas anteriores, em grande parte porque lida mais com o que poderia ter sido do que com o que foi. Em Wittgenstein’s Vienna, afirma-se que:


Além da Guerra de 1914, não há como saber quão fanaticamente determinados os sucessores de Francisco José I teriam sido para proteger seu poder absoluto sobre a defesa e os negócios estrangeiros; portanto, não há como saber se, em outras circunstâncias, a Áustria não teria evoluído para uma monarquia constitucional capaz de responder às demandas políticas, econômicas e sociais do século XX (p. 274).


Embora seja verdade que não há como saber com certeza, eu ainda assim acredito que há indicações claras de que a Áustria estava evoluindo em uma direção positiva. Sete dessas indicações são as seguintes:


  1. O reconhecimento de Francisco José I de que ele estava por aí há muito tempo (maio de 1956, vol. 2, p. 815).  
  2. As nomeações de Menger, Böhm-Bawerk e Wieser para o gabinete e a comissão (maio de 1951, p. 318).  
  3. A melhoria econômica geral do império (Murad, p. 197).  
  4. A reforma monetária bem-sucedida (Murad, p. 197).  
  5. Os esforços de Böhm-Bawerk contra os subsídios econômicos do governo (Sennholz, 1973, p. xi). 
  6. A existência de uma assembleia eleita e o interesse genuíno do Imperador nela (Redlich, pp. 306-9). 
  7. O crescente poder e influência da burguesia liberal (Murad, p. 189).


É verdade que na Áustria tardia dos Habsburgos não havia uma monarquia constitucional completa. No entanto, isso não é incompatível com a evolução progressiva contínua em uma sociedade. Foi dito que a única força que mantinha o império unido eram os Habsburgos.³⁰ Para eles, perder o controle significaria discórdia e dissolução. O que isso significava foi fortemente expresso por Churchill: “Não há um único povo ou província que constituísse o Império dos Habsburgos para o qual ganhar sua independência não tenha trazido as torturas que os antigos poetas e teólogos reservaram para os condenados” (p. 18). Por outro lado, uma combinação de controle político relativamente autocrático com crescente liberdade econômica e crescimento material teria permitido que as forças do livre comércio e a oportunidade de melhoria material tivessem seu efeito pacífico, unificador e gradualmente crescente.

Esses períodos são mais criativos quando há um choque de ideias e perspectivas. Junto com um aumento na criatividade, tais atmosferas também reduzem a certeza e, portanto, aumentam a tensão psicológica. Portanto, não é surpreendente que muitos dogmáticos tradicionalistas, bem como intelectuais criativos (aqueles sob maior tensão), frequentemente vejam sua cultura de dentro como decadente. Com nosso conhecimento de que uma cultura entrou em colapso, é sempre possível encontrar vozes antes do colapso para afirmar nossa visão retrospectiva de que a cultura era “decadente”. Mas as culturas não morrem apenas por fatores endógenos. Elas também podem ser mortas por fatores exógenos, como invasão e catástrofes naturais; por exemplo, o breve renascimento cultural pouco antes e durante o governo de Dubček não morreu por fraqueza interna, mas foi morto pela invasão soviética. Da mesma forma, acho que se poderia argumentar que a Atenas de Péricles e a Áustria dos Habsburgos entraram em colapso por causa de forças externas. Isto é apenas para afirmar que as culturas eram sólidas o suficiente para continuar um desenvolvimento evolutivo criativo e progressivo indefinidamente.³¹ Não quer dizer que, ao longo do tempo, não teria havido uma mudança institucional gradual, mas fundamental. A segunda questão que deve ser tratada nesta seção é se houve ou não oportunidade de envolvimento no mundo como uma alternativa ao subjetivismo introvertido. A indicação mais clara de que houve tal oportunidade pode, talvez, vir do exemplo da economia austríaca. Por meio de suas atividades teóricas e de serviço público, ela teve um impacto significativo tanto na Áustria quanto no mundo.

Se a geração de Wittgenstein buscava uma fuga da “camisa de força da sociedade burguesa” (Janik e Toulmin, p. 66), havia outras maneiras de fazê-lo além de buscar uma linguagem mais autêntica. Pelo menos para Wittgenstein, havia o exemplo concreto de seu pai, que havia “escapado” desobedecendo a seu próprio pai, vindo para a América, retornando para criar uma fortuna e, então, gastando-a com bom gosto. Com o contraexemplo de seu pai constantemente diante dele, é impossível que Wittgenstein pudesse ter visto (a não ser por autoilusão) uma conexão necessária entre atividade empresarial e vulgaridade burguesa.


Concluindo, embora as evidências apresentadas neste artigo sobre a escola austríaca de economia minem, até certo ponto, a imagem de uma atmosfera cultural monolítica e unificada, elas não diminuem a interpretação vienense do Tractatus de Wittgenstein. Pois ainda pode ser que só possamos entender a filosofia de Wittgenstein observando com qual das subculturas alternativas ele se associou e levou a sério. Assim, na medida em que a escola austríaca de economia é indicativa da diversidade cultural vienense, ela enfraquece a tendência de ver a posição ética e linguística de Wittgenstein como determinada por seu meio (uma tendência que pode ser implicitamente encorajada por Wittgenstein’s Vienna).³² Se o que foi dito nestas páginas tem alguma validade, então posso concluir que havia mais diversidade no meio e mais alternativas na escolha e resposta ao problema do que se poderia deduzir da Viena de Wittgenstein.

Notas 


  1. Os afirmadores incluem Max Black, *A Companion to Wittgenstein's Tractatus*, pp. 5, 50, 319, 363, 367, e Erik Stenius, *Wittgenstein's Tractatus*, capítulo XL. Os ignorantes incluem G.E.M. Anscombe, *An Introduction to Wittgenstein's Tractatus*, e Anthony Kenny, *Wittgenstein*. Os contestadores incluem W.W. Bartley, *Wittgenstein*, p. 75.
  2. Emil Kauder, "Bohm-Bawerk, Eugen von," em Sills, ed., *Enciclopédia Internacional das Ciências Sociais*, vol. 2, p. 120. Cf. também Emil Kauder, "The Retarded Acceptance of the Marginal Utility Theory," *Quarterly Journal of Economics* (nov. 1953): 572-73. 
  3. F.A. Hayek, "The Place of Menger's Grundsatze in the History of Economic Thought," em Hicks e Weber, eds., *Carl Menger and the Austrian School of Economics*, pp. 4–5. Cf. também T.W. Hutchison, "Some Themes from Investigations into Method," em Hicks e Weber, eds., p. 15. 
  4. Carl Menger, *Problems of Economics and Sociology*, pp. 168–69. Cf. também pp. 87, 194, 220-22.
  5. William M. Johnston, *The Austrian Mind*, p. 80. A história criticamente reivindicada por Johnston contém várias referências aos economistas austríacos, mas deve ser lida com cuidado. Johnston alega, por exemplo, que "exceto por Schumpeter e Mises, esses teóricos menosprezaram a matemática" (p. 85), o que implica que Ludwig von Mises era simpático ao uso da matemática na economia.
  6. O significado de Hayek pode ser mais claro se a citação for lida em contexto. Na frase anterior à citada no texto, Hayek escreve que, no último livro de Wieser, "onde Wieser se livra dos grilhões da especialização e dos métodos disciplinares, sua personalidade única emerge em toda a sua grandeza, combinando um interesse universal em todos os campos da cultura e da arte, sabedoria e experiência mundanas, desapego dos assuntos do dia, simpatia pelo próximo e liberdade do nacionalismo estreito.”
  7. Emil Kauder, "Raízes intelectuais e políticas da antiga escola austríaca", p. 420. Lembre-se de que, em Viena, de Wittgenstein (p. 174), é notado que, devido à tutoria privada, Wittgenstein não aprendeu grego.
  8. Cf. Friedrich von Wieser, Economia Social, p. 5. 
  9. O próprio Kant, por outro lado, esforçou-se para distinguir o que estava fazendo da psicologia. Cf. Immanuel Kant, p. 95 (A 54, B 78).
  10. Que Wieser e Weber devem ter se familiarizado com o trabalho um do outro é indicado pela declaração de Wesley Claire Mitchell de que: “Quando o novo Grundriss der Sozialokonomie foi planejado, Max Weber, que teve uma participação de liderança na direção, estabeleceu como condição para sua própria participação que von Wieser deveria fornecer a principal seção sobre teoria econômica. Relutantemente, Wieser consentiu” (do prefácio de Mitchell para a tradução em inglês de Social Economics de Wieser, p. xi). Rothbard nos informa que, entre os amigos de Weber, estava outro economista austríaco, Ludwig von Mises (1968, p. 381). Em outro lugar, Rothbard observa de passagem a conexão entre a metodologia dos primeiros austríacos e a metodologia de Weber (1973, p. 332). Também é relevante a discussão de Lachmann sobre a relação entre a metodologia de Menger e a de Weber (1970, pp. 23-26, 55-60). Em trabalhos futuros, pode ser promissor considerar a afirmação de Mitchell de que uma influência fundamental na decisão inicial de Wieser de seguir a economia foi o trabalho inicial de Herbert Spencer (p. ix). 
  11. Cf. Joseph A. Schumpeter, in Spiegel, ed., O Desenvolvimento do pensamento econômico, p. 578. 
  12. Um relato detalhado da teoria de Aristóteles pode ser encontrado em Joseph J. Spengler, "Aristotle on Economic Imputation and Related Matters," Southern Economic Journal 21 (April 1955): 371-89.
  13. Ludwig von Mises, Ação Humana, pp. 35 e 40; Problemas Epistemológicos da Economia; e A Fundação Última da Ciência Econômica. É possível que Ludwig tenha sido influenciado em seu kantismo por seu irmão Richard, do Círculo de Viena. O aluno de Ludwig von Mises, Murray Rothbard, sugere uma conexão entre o trabalho dos dois irmãos quando afirma que Richard "fez uma contribuição distinta à teoria da probabilidade que tem implicações importantes para uma abordagem sólida às ciências sociais" (Rothbard, 1975, p. 9). Por outro lado, não há referências a Richard von Mises na obra-prima de Ludwig, Ação Humana, e a única referência a Ludwig no Positivismo Lógico de Richard von Mises é, a julgar pelo contexto, fria, se não depreciativa. (Cf. declaração de Richard: "Não vale a pena examinar os argumentos daqueles que afirmam que [uma aplicação de métodos matemáticos à economia] é contrária à 'essência' da economia e à 'não mensurabilidade' de seus objetivos, etc." na pág. 251.) Claro, a pessoa mais notável a apresentar tais argumentos foi Ludwig von Mises. De acordo com Rothbard: ficou bem claro que os dois irmãos, que tinham apenas dois anos de diferença de idade, odiavam-se profundamente, tanto pessoal quanto metodologicamente-ideologicamente. Quando o Positivismo de Richard foi lançado, perguntei a Ludwig o que ele achava do livro. Ludwig se recompôs e disse, em termos inequívocos: "Eu discordei daquele livro da primeira frase até a última." Dada essa situação, é duvidoso que Ludwig se referisse a Richard favoravelmente. Ainda acredito, no entanto, que a teoria da probabilidade de Ludwig, particularmente vista nas seções sobre "Probabilidade de Classe e Caso" em Ação Humana, é uma aplicação brilhante da teoria da probabilidade frequentista e objetiva de Richard às ciências sociais. Ela se encaixa perfeitamente na afirmação de Ludwig de que a teoria da probabilidade só pode ser aplicada a eventos que são homogêneos, aleatórios e disponíveis em um número quase infinito de casos, e que tais situações não aparecem em nenhuma parte da ação humana, exceto naqueles mesmos casos que a teoria da probabilidade subjetivista sempre traz à tona: por exemplo, loterias. (Murray Rothbard, correspondência ao autor datada de 14 de fevereiro de 1985).
  14. Expresso em conversa em 26 de abril de 1975, em um seminário em St. Louis. 
  15. Para breves comentários, veja: The Pure Theory of Capital (1941), p. vii. 
  16. A posição metodológica desenvolvida por Hayek pode ser encontrada em The Counter-Revolution of Science e nos três primeiros capítulos de Studies in Philosophy, Politics and Economics. Em "Degrees of Explanation", no último volume, Hayek adota mais claramente uma visão popperiana. No prefácio (que é dedicado a Popper), Hayek explica sua dívida com seu "velho amigo". Hutchison fornece um relato do desenvolvimento das visões metodológicas de Hayek em: "Austríacos sobre filosofia e método (desde Menger)", pp. 214-19.
  17. Para Popper, como um estudante de Mises, veja: William H. Peterson, "Ludwig von Mises", The Intercollegiate Review (inverno de 1973-74): p. 37. Para a influência de Kant em Popper, veja: Popper, "The Autobiography of Karl Popper", em Schilpp, ed., The Philosophy of Karl Popper, p. 12. Não está claro para mim que, pelo uso do essencialismo por Popper, a metodologia de Menger necessariamente se qualificaria como essencialista. Os economistas austríacos, afinal, estavam preocupados com a essência dos fenômenos, não das palavras, e é a busca pela essência das palavras que Popper objeta. Portanto, não tenho certeza de que o antiessencialismo de Popper condene o essencialismo aristotélico. A relação entre o essencialismo metodológico de Menger e o antiessencialismo de Popper foi brevemente discutida por Hutchison (T.W. Hutchison, "Some Themes from Investigations into Method," em Hicks e Weber, eds., Carl Menger and the Austrian School of Economics, p. 18).
  18. Cf. Bohm-Bawerk, "The Austrian Economists," in Gherity, ed., Economic Thought, p. 285; and Hayek in Spiegel, ed., The Development of Economic Thought, p. 532. 
  19. Embora tenha sido Wieser quem primeiro introduziu a frase "utilidade marginal."
  20. Bohm-Bawerk faz a comparação com Copérnico em "The Austrian Economists," reimpresso no volume de Gherity. Lembra-se de que Kant, na Crítica, havia afirmado que estava oferecendo uma mudança de perspectiva semelhante à sugerida por Copérnico [p. 22 (Bxvii)]. 
  21. Cf. Emil Kauder, A History of Marginal Utility Theory, p. 83: "Menger estava especialmente interessado na interpretação de valor de Eberhard Friedlander."
  22. Cf. Kauder, A History of Marginal Utility Theory, pp. 82-83, 90-91; e Howey, The Rise of the Marginal Utility School, 1870-1889, pp. 26-27.
  23. Cf. Stigler, "The Influence of Events and Policies on Economic Theory," pp. 16-30: "A influência dominante sobre o escopo de trabalho dos teóricos econômicos é o conjunto de valores e pressões internas da disciplina. Os assuntos para estudo são colocados pelo curso de desenvolvimentos científicos." 
  24. "A doutrina do valor subjetivo" e "a teoria da utilidade marginal" são dois nomes para a mesma coisa.
  25. Cf. Richard M. Ebeling, "Austrian Economics on the Rise," Libertarian Forum (out. 1974): p. 4. 
  26. Veja, por exemplo, Menger, Principles of Economics, p. 53; e Ludwig von Mises, Epistemological Problems of Economics, p. 152. 
  27. Hayek, "The Place of Menger's Grundsätze in the History of Economic Thought," em Hicks e Weber, eds., Carl Menger and the Austrian School of Economics, p. 3. Hayek continua dizendo (p. 4): "Viena não poderia ter parecido, na época, um lugar provável de onde uma grande contribuição para a teoria econômica poderia ser esperada.”
  28. Ricardo publicou *Principles of Political Economy and Taxation* em 1817. (Cf. Spiegel, *The Development of Economic Thought*, p. 158.) 
  29. Cf. Toulmin, *Human Understanding*, Vol. 1, p. 154.
  30. Por exemplo, *Wittgenstein's Vienna*, p. 38. 
  31. Por outro lado, devemos considerar o relatório de Mises, "que Menger, Böhm-Bawerk e Wieser olhavam com o máximo pessimismo para o futuro político do Império Austríaco" (The Historical Setting of the Austrian School of Economics, p. 37).
  32. Embora seja, é claro, explicitamente desencorajado. (Cf. *Wittgenstein's Vienna*, p. 32)




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